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História

Produções de qualidade para um público criativo

A Banda Marcial de Cambres pertence ao concelho de Lamego do distrito de Viseu. É considerada uma das Bandas mais antigas a nível nacional, não podendo precisar a data da sua criação. Contudo, tendo como base a fotografia mais antiga da dita associação, que permite um cálculo relativamente à idade dos elementos nela presentes, e segundo várias fontes de informação oral supõe-se que terá surgido em Janeiro do ano de 1881, com 32 elementos do sexo masculino. A primeira denominação desta Banda foi “Banda Filarmónica de Cambres”. Mais tarde, “Banda da Casa do Povo de Cambres”, por estar agregada a esta instituição durante 12 anos (de 1978 a 1990). Em 1996 foi legalizada como associação, passando a denominar-se “Banda Marcial de Cambres”. Segundo várias fontes, a criação da Banda teve origem num conjunto de pessoas, essencialmente jovens, que sabiam tocar vários instrumentos e se juntavam para ocupar os tempos livres e para se divertirem. Por outro lado, fazer parte da Banda era visto como um pretexto para os jovens saírem de casa pois o “regime” das suas famílias, na época, era muito rigoroso. Comemora então no presente ano 130 anos de existência a animar e abrilhantar romarias, festas populares, encontros de Bandas civis e concertos por todo o País. Presume-se que os elementos mais antigos da Banda tenham sido das famílias Canelas e Bigaílos e o elemento, que se conhece como sendo o mais antigo ligado à direção e músico, terá sido o Sr. Manuel Rodrigues Canelas. Durante muitos anos a Banda Marcial de Cambres não tinha qualquer fim lucrativo. O único fim desta associação traduzia-se, como já foi referido, num entretenimento para as pessoas e dar nome à terra. Os músicos não tinham qualquer contrapartida económica e as poucas receitas destinavam-se à aquisição e manutenção dos instrumentos musicais. Para além disso ainda se submetiam a sacrifícios como, percorrer longas distâncias a pé para fazer as atuações para que eram solicitados, nomeadamente além Douro. A título de curiosidade, o primeiro valor monetário de uma atuação da Banda, de que se tem conhecimento, é entre 700$00 (3,49€) a 1000$00 (4,99€), e de 15$00 (0.07€) para cada elemento. Estes valores referem-se aos anos 60 do século XX. Nesta altura o valor das quotas dos associados era de 2$50 (0,01€). Contudo, como a maioria das Bandas, também a Banda Marcial de Cambres ao longo de todos estes anos, registou momentos altos e momentos baixos. Na origem dos períodos de declínio, estariam alguns conflitos internos, devido a desentendimentos entre músicos e o próprio maestro (nessa altura denominado mestre ou regente), ou mesmo na direção (denominada então por comissão). A referida Banda chegou mesmo a parar a sua atividade entre 1987 e 1988. Nessa altura, uma vez que esta Associação era vista como um símbolo da terra de Cambres, um grupo de pessoas resolveu ativá-la, tomando conta da direção e angariando novos sócios. Desse grupo contavam os senhores José Pinto Ferreira, José Magalhães, Álvaro Caetano da Rocha, João Luís Natividade e José Joaquim Ferreira. Para os períodos áureos entre outros fatores, contribuiu sem dúvida a influência de alguns maestros. É de salientar o elevado nível musical que esta Banda teve já nos anos 20 e 30, conforme aparece em notícias de jornais locais da época presentes na biblioteca municipal do concelho. O nível reconhecido não era só local, mas sim, quase, nacional. Como se sabe os meios de comunicação eram escassos e os músicos que a banda contratava para alguns “combates” importantes com outras bandas levavam para o norte e centro do País o bom nome da Banda. Tomaram a batuta da Banda vários mestres, entre eles, o mestre Tonda, de Lamego; Manuel Ferreira, do Porto; Tavares, de Ferreiros; Raposo, de Lamego; Gonçalo Pinto Cardoso, de Rio Bom; Cereijinha, de Lamego; Santana, de Leomil; Santos, de Ferreiros; João Correia Pinto, de Cambres; Fonseca, de Cinfães; Cardoso, de Figueira. No que se refere a atuações, a Banda Marcial de Cambres conta com inúmeras saídas, podendo destacar-se algumas, como por exemplo: a atuação no Palácio de Cristal no Porto (Pavilhão Rosa Mota) há cerca de 35 anos; a atuação na Casa Regional de Lisboa em 1993 e 2004; a participação na Festa Distrital de Bandas Filarmónicas (1999) em Viseu; a participação no IV Festival de Bandas Filarmónicas de Marvila (Lisboa) 2002; a receção do novo Bispo de Lamego na sua passagem por Cambres em 2000; a participação e realização do Iº Encontro de Bandas de Cambres em 2005; a participação no encontro de Bandas de Vila Cova-á-Coelheira (Vila Nova de Paiva) em 2006;a sua seleção entre as melhores bandas de Trás-os-Montes e Alto Douro para receber o Presidente da Republica Prof. Cavaco Silva nas Comemorações dos 200 anos na Região Demarcada do Douro em Lamego (2006) e a participação no Iº Encontro de Bandas em Santa Marinha do Zêzere, Baião (2007). Esta banda entrou num período designado por “nova era”, em finais de 1999, com a mudança de Maestro, repertório, músicos e fardamento. Todos estes fatores estão na origem da adesão de um maior número de jovens de ambos os sexos. Esta mudança trouxe á Banda melhor e maior reconhecimento nacional, sendo notório de ano para ano a melhoria da Banda quer ao nível quantitativo quer ao nível qualitativo sendo o responsável por esta mudança o Maestro Orlando Rocha, maestro este, que se manteve até 2008. A sua mais recente e imponente revelação, ainda sob a direção artística do referido maestro, foi a gravação de um CD editado em Maio de 2008. Integram este CD: uma marcha Cambres - Uma vila no Douro, que dá título ao disco, o paso-doble Dois Antónios, a abertura da Ópera 1812 – A Tomada de Moscovo, a fantasia Catorze Minutos no Parque, o ligeiro Xutos Medley I e a rapsódia Encantos do Minho. O elevado nível atingido na gravação é de enaltecer para uma Banda que se encontra em pleno Douro e em que nada deve às mais afamadas filarmónicas do litoral. Ainda de 2008 a 2010, a Direção Artística esteve a cargo da Dra. Vera Dias de Jesus, que com a sua entrada para Maestrina desta Banda, fez história ao ser a primeira mulher a tomar as rédeas desta secular Banda. Posteriormente a direção artística da banda esteve a cargo do Maestro Diamantino Monteiro durante 4 anos, mais concretamente de 2010 a 2014.
Em 2015 o Dr. Pedro Vaz passou a ser o Maestro e diretor artístico desta banda tendo representado esse cargo até 2022.
Atualmente, a Banda apresenta-se com cerca de 45 músicos, na sua maioria jovens formados pela escola de música da Banda e pelas escolas de música da região. Esta executa todo o tipo de repertório, do religioso ao profano, que existe para este tipo de formação. A par da Banda funciona ainda uma Escola de Música que conta com cerca de 15 jovens com idades compreendidas entre os 10 e os 17 anos. A direção artística da Banda Marcial de Cambres e a responsabilidade pela organização da escola de música, está a cargo do Maestro António Ferreira.

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